Em Junho de 2020 o cantor e empreendedor artístico Boivi, de Itaipuaçu (Maricá), promoveu, em meio a Pandemia do Covid-19, o festival on-line Parada Intercâmbio com a intenção de dar visibilidade aos artistas independentes e empreendedores do Brasil de artistas e empreendedores estrangeiros do Chile, Argentina e Porto Rico, contando com a participação do David Brasil.
“Para concluir minha monografia do curso de comunicação social, na qual a abordagem era sobre a Parada Lgbtqia+ de São Paulo e as ações de branding dos patrocinadores; precisei estudar sobre comunidade, cultura, referência, construção da personalidade de um indivíduo e assuntos pertinentes que me fizeram compreender a importância da valorização da cultura LGBTQIA+”, ressaltou o cantor que também mostrou sua indignação sobre a falta de espaço de seu nicho nos dias atuais.
“É quase impossível ser artista LGBTQIA+ porque os espaços estão ocupados por héteros ou pelas mesmas personalidades como se fosse o casting de uma produtora de eventos”, aponta Boivi. O cantor percorre pelas atividades artísticas, há 17 anos, com experiência em dança, teatro, produções e gerenciamento de Carreira artística, shows e eventos e é CEO na agência Farpam Entretenimento.
Em Janeiro e Dezembro de 2019 o artista promoveu sua própria turnê internacional no Chile participando dos maiores programas e eventos LGBTQIA+ militantes de Santiago e Vina Del Mar. Inclusive foi atração junto da drag Queen Kandy Ho no programa Divina Noche da estrela chilena Darcy La Divina. “Eu usei todo minha experiência em gerenciamento de Carreira para fazer minha turnê fora do país. Sabia que era uma forma de criar respeito ja que tudo de fora é mais valorizado e foi assim que aconteceu. Muitas portas se abriram após as turnês que fiz. Sei que não são todos os artistas que conseguem promover ações assim, principalmente quando são independentes.” “Os espaços LGBTQIA+ precisam dar mais visibilidade aos artistas que são da comunidade.
Todos os anos as paradas estão com as mesmas personalidades e praticamente fazem o mais do mesmo. Não acho justo quando fazem o discurso de inclusão e a maior parte dos movimentos não valorizam os artistas independentes. Ser um artista LGBTQIA+ é quase impossível promover sua carreira porque muitas vezes são artistas héteros que ocupam esses espaços ou são apenas artistas que fazem parte de uma panelinha. Sem visibilidade, não é possível colher material para notoriedade e sem valor de cachê não é difícil fazer uma carreira.” “Eu defendo as Paradas LGBTQIA+ porque com 16 anos foi o primeiro lugar que consegui me compreender como alguém normal. Estou lutando com o Fórum Lgbtqia+ da minha cidade para profissionalizar os artistas de Maricá e assim ter seu trabalho valorizado. Hoje, compreendo que é muito mais difícil do que imaginamos, visto que, o país não valoriza a arte e cultura, imagina quando se trata de Lgbtqia+. Mais difícil é quando sua própria comunidade não enxerga a necessidade de valorizar seus artistas, de dar oportunidade e viabilizar o acesso a quem promove a cultura Lgbtqia+. Quando as cantoras Drags apareceram, foi muito lindo toda representatividade e esse movimento continua encantando, inspirando e mudando vidas e mentalidades, mas precisamos demais porque somos mais”, finaliza o cantor.
No dia 21 de junho, através do Twitter, Boivi se posicionou no perfil da Parada LGBTQIA+ de São Paulo pedindo mais visibilidade e espaço aos artistas e o vereador Thammy Miranda curtiu sua indagação na postagem. O artista Boivi tem estado ao lado dos orgãos da cidade de Maricá para que a Parada da Cidade consiga pagar cachês para os artistas locais. O cantor estará presente sexta-feira (24/06), às 18h no “Podcast em Ação” na TV Ondas de Maricá para expor suas ideias sobre valorização da cultura. O cantor participará dos eventos do dia 28/06 na Câmara Municipal de Maricá a partir das 14h e no evento “LGBTQIA+ pela democracia. Genocida nunca mais” no Palácio Tiradentes no centro da cidade do Rio de Janeiro a partir às 17h.